Sunday, 8 June 2008
Um amor do passado
Jay saiu às nove horas, levando-se para longe, onde ficam as memórias de quatro anos atrás. Eu quis evitar a sua despedida, num pensamento ébrio e fugaz. Pedir para ficar seria um engano. Talvez aquele número de telefone nem seja correto. Eu decidir não ligar. E já apaguei. Apagar é um ato sempre impensado. Se o telefone tocar um dia no futuro, talvez numa manhã de quarta-feira, atenderei surpreso, e perguntarei: quem fala? Decidi que o telefone não vai tocar, sou eu quem escrevo, eu crio o que bem entender. Mas a vida insiste em driblar as minhas linhas, seus atacantes hábeis e sempre mirando a frente, me escapam da rede dos meus domínios. Se Jay ligar, farei uma voz engraçada e direi que é engano. Jay não ligará. Jay já apagou também.