Wednesday 26 March 2008

wondering...

nao eh que eu seja uma pessoa desequilibrada, eh que vez ou outra eu lhe apresento os meus fantasmas. boooooh

Thursday 20 March 2008

Inexplicacoes

Flashes do pasado rondam a minha cabeca. Resgates de memorias que se evaporam de alguma fonte desconhecida, refugio do insondavel. Vem-me imagens esporadicas, emocoes positivas, quase saudades.

Andando descalco no sertao da Bahia, com oito anos, correndo atras de peixinhos no rio ralo que banha a estrada por onde passamos. Seguido de uma visita a uma casa muito simples, forno de madeira, comida caseira.

O sol se pondo atras do farol, o cheiro da grama varrida pelo vento, o ceu mudando de cor, serenatas de degrades se decompondo num ponto em que nao posso tocar. O espasmo, a luz artificial, o mar.

O ser familia, o almocar junto, o brigar, o gritar, o nao precisar de desculpas, as falhas, as risadas compartilhadas, os amigos, ah, os amigos, a minha alternatividade entre as ruas de um pelourinho recem-reformado, decorado e tao decadente, nao saber me ser e ser tao eu, as renuncias, o ar modificando-se no cigarro de menta da minha prima que me gira num passo de forro na praca da Dinha, enquanto o excesso de alcool e a mao dentro do bolso tocando a chave do carro me faz pensar em desistir, e querer recomecar.

Lembrancas que surgem sem um porque, um porem, que necessitam de analise, num momento em que o meu corpo arde de novo, que diz nao ao nao, que compreende as origens dos pontos de nos no novelo de la, a complexidade do meu ser. Desejos imensuraveis de me enfiar nuns lencois alheios - ah, como a Anais Nin tem me feio mal com o seu diario, por que serah que adoro diario de escritores, por que escrevo este blog? – de me perder novamente, sem a busca de amor – foda-se todo o choro, querer o gozo, a culpa, o andar vazio e feliz.

Inexplicacoes de mim mesmo, uma torrente perversa, auto-injecoes. Eu soh sou capaz de agredir a mim mesmo, nestes momentos, e ainda assim, sem querer, sao os outros que saem feridos, sao eles que compram a imagem do desvario sedutor, da consciencia a mais, do romance impossivel, sao eles que infiltram estes retratos no album das fotos que eu nao tirei.

Querer me centrar, fugir do perigo de mim mesmo. Fugir de mim.

Monday 10 March 2008

Entre eu, voce e todo mundo que le essa cachaca

Viver eh um lance raro, entre os compromissos do dia que nos roubam esse respirar de cafe da manha com calma, sentados no jardim que nao temos. Eu acordei, chovia. Eu quis gritar.

Voce andava por entre ruas de nomes esquisitos. E me ligava soh para contar que fevereiro passou. Por um momento, eu pensei que tudo que me faltava era cozinhar. Dispus os ingredientes sobre a mesa, e entao a vontade foi embora. Faz tempo que eu me pergunto o que eu faco. (serah que eu necessito de uma interrogacao aqui para expressar minha duvida?)

A tarde veio, pensei em retornar a ligacao que eu nao atendi. Sorri ao pensar que as pessoas lerao anuncios traduzido por mim no Brasil, por todo marco. E quis gritar.

Voce deixou uma mensagem desaforada. Acontece, que agora qualquer palavra me atravessa sem tocar. Nao eh engracado isso de levar tanta porrada e nao pensar: eu nao me importo mais. Sofrer eh algo muito desnecessario. Se voce tira o peso, o que fica?

Lia um trecho que dizia assim: ‘I want his love to die’, da Anais Nin. Eu tava preso com corrente aquelas leituras, as paginas do livro se alternando involuntariamente. A campainha tocou.

Quando abri a porta, voce me disse com alguma ansia: Fevereiro se foi. E eu entendi pela primeira vez que estamos mesmos envelhecendo. Eu quis gritar.